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Coalizão Global zerando emissões em deliverys, Oferta UGREEN, Cidades Regenerativas
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Notícia
Coalizão Global quer zerar emissões em deliverys até 2030

Créditos: Nações Unidas Brasil
Dubai recentemente lançou uma aliança internacional para descarbonizar a “última milha” das entregas.
Em um movimento inédito, oito das maiores plataformas globais de delivery, incluindo iFood, Uber, DoorDash e Swiggy, anunciaram oficialmente a criação da Deliver-E Coalition durante um evento internacional em Dubai, em outubro de 2025.
Com atuação em 98 países e mais de 6 bilhões de entregas anuais, o grupo pretende liderar a transição para entregas com emissão zero, com foco em veículos leves de duas e três rodas. O anúncio sinaliza uma virada estratégica no combate à poluição urbana e marca o início de uma corrida pela eletrificação da logística de última milha.
O contexto: entregas em alta, emissões também
Com o e-commerce batendo recordes históricos desde a pandemia (US$ 25 trilhões em 2021), as cidades enfrentam um aumento acelerado de veículos de entrega, especialmente motocicletas. Dados da ONU apontam que, sem intervenção, as emissões urbanas ligadas ao setor podem crescer mais de 30% até 2030 nas 100 maiores cidades do mundo.
Além da emissão de gases, o modelo atual eleva o congestionamento em até 14% e os custos de saúde pública relacionados à poluição em cerca de 12%.
Por que a transição faz sentido (também) econômico
O foco da Deliver-E está na substituição de veículos a combustão por e-bikes e scooters elétricas. Estimativas indicam que essa mudança pode:
Reduzir em até 90% as emissões por entrega
Diminuir em cerca de 25% os custos operacionais para os entregadores
Aumentar a eficiência logística nas áreas urbanas mais densas
Desafios: infraestrutura, financiamento e justiça social
Apesar do potencial de transformação, a eletrificação enfrenta três grandes barreiras:
Infraestrutura defasada
Mais de 40% dos entregadores relatam dificuldade para carregar seus veículos. Em muitos países, não há estações de recarga adequadas para motos e scooters, o que compromete a adesão ao modelo elétrico.
Custo inicial elevado
Mesmo com economia no uso diário, o investimento inicial para adquirir um veículo elétrico ainda é proibitivo para a maioria dos trabalhadores de aplicativo, muitos dos quais atuam de forma autônoma e sem acesso a crédito.
Modelo de trabalho precarizado
Sem garantias mínimas, há o risco de que a eletrificação se torne um novo fardo para entregadores, caso os custos da transição não sejam compartilhados entre as empresas e os governos.
Soluções em discussão: battery swapping, aluguel e padronização global
Para contornar os entraves da infraestrutura, a Coalizão aposta no modelo de troca de baterias (Battery Swapping), já testado com sucesso pela Swiggy e a empresa taiwanesa Gogoro na Índia. Nesse formato, o entregador substitui a bateria descarregada por uma nova em minutos, eliminando o tempo de recarga.
Outra proposta é a expansão de modelos de aluguel ou leasing de veículos, que eliminam a necessidade de compra direta. As plataformas também discutem a padronização técnica global de baterias, etapa crucial para escalar a solução em diferentes mercados.
A lacuna: faltam metas quantificadas
Apesar do anúncio ambicioso, a Deliver-E Coalition ainda não apresentou metas concretas ou cronogramas públicos de adesão à frota elétrica. A justificativa é que o foco inicial está na validação de modelos replicáveis, adaptáveis a diferentes realidades regulatórias e econômicas.
Especialistas apontam que a ausência de metas pode enfraquecer o compromisso ambiental da iniciativa.
E como isso se relaciona com a construção sustentável?
A eletrificação da mobilidade urbana (especialmente no setor de entregas) exige novas infraestruturas elétricas, redes de carregamento e planejamento urbano inteligente. Profissionais da construção civil, arquitetos e urbanistas têm papel central nesse processo.
Seja projetando hubs multimodais de mobilidade elétrica, seja incorporando estações de recarga em edificações, a integração entre construção e logística limpa será decisiva para transformar as cidades em ambientes mais saudáveis e resilientes.
Por que é relevante?
A logística de entregas está sufocando as cidades.
A boa notícia? É um dos setores mais rápidos e viáveis para descarbonizar. Mas para isso funcionar, precisamos de três coisas:
Infraestrutura elétrica; -
Modelos financeiros acessíveis;
Inclusão real dos trabalhadores.
A Deliver-E Coalition pode ser o ponto de virada, mas ainda precisa sair do discurso e entregar resultados.
E o setor da construção sustentável?
Tem o papel decisivo: planejar espaços urbanos que suportem a mobilidade limpa e garantir que cidades inteiras estejam preparadas para essa transição.
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Opinião
Cidades Regenerativas em Rede: Uma Nova Arquitetura para o Futuro Urbano

Créditos: Driving ECO
Não basta mais conter o dano. Chegou a hora de restaurar o que foi perdido, no solo, na biodiversidade e nas relações sociais.
O conceito de cidades regenerativas representa essa virada: uma mudança de mentalidade que convida arquitetos, engenheiros, urbanistas e gestores públicos a imaginar a cidade como um ecossistema vivo, capaz de curar suas próprias feridas.
Do Net Zero ao Net Positive: Uma nova lógica urbana
Durante muito tempo, a sustentabilidade nos guiou com a lógica de “fazer menos mal”: reduzir consumo, compensar emissões, conter impactos. Mas em pleno Antropoceno (era geológica marcada pela ação humana), isso já não é suficiente.
A proposta do urbanismo regenerativo vai além da eficiência técnica. Ele nos convida a pensar : como podemos fazer mais bem do que mal? Como transformar cada intervenção urbana em um passo na direção da restauração ambiental, social e cultural?
Em vez de manter o status quo, o urbanismo regenerativo reabastece ecossistemas, fortalece comunidades e valoriza o lugar com suas histórias, saberes e dinâmicas locais.
Regenerar não é apenas uma prática técnica, é um compromisso ético com o futuro do planeta e com a justiça urbana.
A regeneração na prática: Solo, conectividade e comunidade
A transformação começa no chão, literalmente. Solos saudáveis são a base da infraestrutura verde urbana. Técnicas como a fitorremediação usam plantas para descontaminar áreas degradadas. Mas não se engane: esse processo não é imediato. Exige tempo, comprometimento político e paciência.
Já a Infraestrutura Verde, com corredores ecológicos, telhados vivos e fachadas vegetadas, atua como o sistema circulatório de uma cidade regenerativa. Em Medellín, por exemplo, os Corredores Verdes reduziram significativamente as ilhas de calor e aumentaram a biodiversidade em áreas urbanas vulneráveis.
Enquanto isso, nas chamadas “zonas mortas” das cidades (áreas subutilizadas ou esquecidas), o desafio é restaurar o tecido social. A revitalização pode acontecer por meio do uso misto de edifícios ou da reutilização adaptativa de estruturas abandonadas. Quando bem planejadas, essas estratégias aproximam pessoas, reduzem deslocamentos e dão nova vida a regiões inteiras.
Quando a regeneração é coletiva
Regenerar não é tarefa solidária. E talvez o maior erro seja acreditar que podemos transformar cidades apenas com boas ideias isoladas.
As redes de cidades regenerativas, como C40, URBACT e a International Urban Cooperation, vêm mostrando que soluções compartilhadas são mais fortes. Nessas redes, cidades aprendem umas com as outras, trocam experiências e até recursos: desde espécies vegetais adaptadas ao clima local até políticas públicas replicáveis.
Exemplo prático:
Em Buenos Aires, uma política fiscal inovadora reduziu o IPTU para imóveis com telhados verdes. Resultado? Um aumento expressivo na cobertura vegetal da cidade sem depender exclusivamente de subsídios.
Essas ações só são possíveis quando há governança em rede, com troca estruturada de conhecimento, apoio técnico e mecanismos financeiros inovadores.
Como financiar a regeneração?
Esse é um dos pontos mais delicados.
Projetos regenerativos costumam ter benefícios distribuídos e de longo prazo: menos calor urbano, mais saúde pública, maior coesão social. Mas o mercado ainda não sabe como mensurar nem precificar bem esses retornos.
Algumas soluções em andamento: (H4)
Créditos de carbono aplicados à infraestrutura verde
Modelos ed economia circular urbana (como em Amsterdã)
Financiamento climático descentralizado, especialmente para cidades do Sul Global
Ao criar indicadores robustos, como a quantidade de CO₂ sequestrado por um corredor verde ou o impacto social de uma horta urbana, essas cidades estão abrindo caminho para novos fluxos de investimento.
Casos de sucesso: Medir para inspirar
Em Amsterdã, o bairro Buiksloterham já utiliza 80% de materiais reciclados em suas construções públicas. A cidade quer se tornar 100% circular até 2050. E não é só discurso: criou um painel de dados para rastrear em tempo real os fluxos de materiais e emissões.
Já Medellín demonstrou que, com vontade política e apoio técnico, é possível enfrentar problemas estruturais como o calor urbano e a fragmentação ecológica usando soluções baseadas na natureza.
Em Atenas, um projeto piloto regenerou a zona comercial central com mais árvores, menos carros e mais mobilidade ativa. Mesmo sem KPIs totalmente consolidados, os efeitos sociais e ambientais foram visíveis.
O desafio das métricas regenerativas
A regeneração social, aquela que fortalece vínculos, estimula o cuidado coletivo e cria pertencimento, é talvez o elemento mais difícil de medir.
Como quantificar o impacto de uma horta urbana na saúde mental de uma comunidade? Ou o valor de um espaço público onde vizinhos se encontram, conversam e constroem soluções juntos?
Ainda falta uma padronização de KPIs que vão além das emissões de carbono e consigam captar a complexidade de um ambiente urbano regenerado.
Mas o movimento já começou, e quanto mais cidades trocarem métodos, experiências e ferramentas de avaliação, mais avançaremos.
Para onde vamos?
Cidades regenerativas não são modelos prontos a serem copiados. Elas são organismos vivos que aprendem com seus territórios, adaptam-se ao clima, às pessoas e às crises.
O futuro é em rede. Um futuro onde o conhecimento circula, os recursos são compartilhados e a regeneração é colaborativa, ecológica, sim, mas também cultural, econômica e afetiva.
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