Notícia

O pivô conservador da EDP: uma nova estratégia para a era do capital caro

Nos últimos dias a EDP (Energias de Portugal) anunciou um plano estratégico de 12 mil milhões de euros para o período 2026-2028, marcando uma transição clara: de uma empresa focada em “crescimento a todo custo” para uma utility voltada à rentabilidade e estabilidade.

Essa nova abordagem da multinacional prioriza consolidação, desalavancagem e retornos previsíveis, ajustando-se ao atual cenário de taxas de juro mais altas e capital mais restrito. É um movimento que privilegia o princípio de “valor sobre volume”.

O pivô americano: energia para a era da IA

Dos 7,5 mil milhões de euros destinados à EDP Renováveis (EDPR), cerca de 60% serão aplicados nos Estados Unidos , um investimento de 4,5 mil milhões de euros voltado a projetos solares e de armazenamento (BESS).

A decisão estratégica reflete dois motores de crescimento:

• A Lei de Redução da Inflação (IRA), que garante incentivos fiscais de longo prazo para energias limpas;

• A crescente demanda energética impulsionada pela Inteligência Artificial e pelos data centers deve dobrar até 2030.

A EDP quer posicionar-se como fornecedora chave para essa nova fronteira da eletricidade limpa e constante, ajustando seu portfólio para atender uma demanda 24/7, essencial para a operação de grandes players de tecnologia.

Valor, solidez e sividendos

O plano enfatiza a redução da dívida líquida para cerca de 15 mil milhões de euros até 2028 e o fortalecimento do rating de crédito (BBB). A meta de FFO/Dívida Líquida é melhorar de 19% para 22%, consolidando um perfil financeiro mais conservador.

Mesmo com crescimento moderado de 6–8% no lucro líquido, o foco é claro: garantir sustentabilidade financeira e retornos consistentes aos acionistas, incluindo o aumento de 5% no piso de dividendos até 2028.

Uma desaceleração estratégica

Comparado ao plano anterior (2023-2026), que previa 25 mil milhões de euros em investimentos e 4,5 GW/ano de nova capacidade renovável, o novo plano reduz o ritmo para 12 mil milhões de euros e cerca de 1,7 GW/ano.

A “desaceleração” reflete uma adaptação consciente à nova realidade macroeconômica: custos de capital mais altos e necessidade de disciplina financeira.

Conclusão: uma estratégia prudente para um novo ciclo

A EDP está trocando volume por valor e está fazendo de forma deliberada. Ao focar nos EUA e adotar um modelo mais sólido e previsível, a empresa se alinha à transição global para utilities mais resilientes e de perfil defensivo.

Apesar da reação inicial do mercado, o plano é um sinal de maturidade: menos crescimento especulativo, mais sustentabilidade financeira e foco em mercados de alta demanda e estabilidade regulatória.

Na nova era do capital caro, a EDP aposta em disciplina, previsibilidade e inteligência estratégica — um caminho que pode redefinir o papel das utilities europeias na transição energética global.

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Balneário Camboriú: o luxo à beira do colapso?

Como uma cidade construída sobre uma antiga faixa de areia desvalorizada virou sinônimo de poder, status e um dos metros quadrados mais caros do país?

E mais: o que acontece quando esse modelo de sucesso começa a ameaçar a própria razão de existir da cidade, o sol, a praia e a qualidade de vida?

Essa é Balneário Camboriú … ou BC para os “íntimos”

De “lixão da cidade vizinha” a “Dubai brasileira”, Balneário virou símbolo de status, sucesso e especulação. Mas por trás dos espigões de vidro e das promessas de alto padrão, esconde-se uma pergunta que precisa ser feita: o que acontece quando o modelo de crescimento começa a destruir exatamente o que o tornou valioso?

Sombra na praia, mar poluído, colapso da infraestrutura, riscos sanitários. O mesmo luxo que atrai investimentos milionários está agora forçando a cidade a repensar seu futuro. E nesse novo cenário, sustentabilidade não é mais opção … é necessidade.

Balneário Camboriú talvez esteja diante de um ponto de virada: seguir como símbolo de excessos ou reinventar-se como laboratório de resiliência urbana para o século XXI?

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Se esse tema te desperta curiosidade e você quer entender como a história, o turismo, o agronegócio e o urbanismo moldaram esse gigante, confira nosso vídeo completo no Youtube!