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Evento Interiores Sustentáveis, Rio Innovation Week, O Paradoxo Fatal dos Ares Condicionados
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A indústria de materiais de construção projeta crescimento de 2,8% em 2025

A Abramat divulggou sua projeção oficial: a indústria de materiais de construção vai crescer 2,8% em 2025. Enquanto muitos profissionais ainda competem no mercado tradicional, uma parcela está surfando numa onda muito mais lucrativa.
A diferença? Eles dominam materiais sustentáveis.
A realidade é clara. Segundo a Fundação Dom Cabral, 78% das empresas onde a agenda de sustentabilidade é liderada pelo CEO. Isso não é apenas responsabilidade social - é estratégia de negócios.
A demanda por materiais ecológicos como tintas sem compostos orgânicos voláteis, blocos de construção reciclados e madeiras certificadas deve crescer. E aqui está o ponto crucial: certificações ambientais aumentam a confiança do consumidor consciente e podem justificar preços premium.
Traduzindo: enquanto você compete por preço com materiais convencionais, existe um mercado disposto a pagar mais por soluções sustentáveis que você não está oferecendo.
A oportunidade está na sua frente. Produtos que promovem reaproveitamento e reciclagem estão em alta, mas apenas uma pequena parcela de profissionais sabe como especificar, calcular ROI e apresentar essas soluções para os clientes.
Imagine apresentar um projeto onde os materiais não só atendem às novas demandas do mercado, mas também posicionam você como especialista em sustentabilidade num setor que cresce consistentemente.

No Workshop de Interiores Sustentáveis, você vai aprender exatamente como dominar essa especificação, desde a escolha dos materiais até a apresentação do valor para o cliente.
Isso inclui 2 dias de evento online ao vivo, certificado de participação, acesso à rede global de profissionais e garantia de 7 dias.
Rio Innovation Week
Algo Grande Vem Aí

🔥 Preparando Algo Especial para Agosto
Você já ouviu falar do Rio Innovation Week? A maior conferência de tecnologia e inovação da América Latina está chegando, e estamos preparando algo muito especial: um dia completo com a UGREEN, que será Host da pauta de Sustentabilidade na Construção.
Não posso revelar todos os detalhes ainda, mas posso adiantar: será um dia inteiro de muito networking, aprendizado e algumas surpresas que você não vai querer perder na área de construções sustentáveis.
Guarde na agenda: 13 de agosto, Rio de Janeiro.
E aqui está a primeira surpresa: preparamos ingressos cortesia para nossa comunidade! As vagas são limitadas, então se você tem interesse, clique abaixo:
⚠️ IMPORTANTE: Só pegue seu ingresso se tiver CERTEZA de que vai participar. Não queremos tirar a oportunidade de alguém que realmente aproveitará esta experiência única. Após esgotar o cortesia, é possível adquirir pelo valor disponibilizado no site.
Nas próximas newsletters, vou compartilhar tudo o que estamos preparando para você. Vai ser épico! 🚀
Cidades Sustentáveis
O Paradoxo Fatal dos Ares Condicionados: Por que Nossa "Solução" para o Calor Está Aquecendo Ainda Mais o Planeta

Imagine esta cena: você está em casa, suando, liga o ar condicionado e sente o alívio imediato. Enquanto isso, do lado de fora, o condensador despeja o calor que retirou do seu ambiente - mais o calor adicional do compressor - direto na rua. Multiplique isso por milhões de unidades operando simultaneamente numa cidade como São Paulo, e você terá uma das principais causas do fenômeno conhecido como "ilha de calor urbano".
A matemática é assustadora. Segundo dados recentes, os aparelhos de ar condicionado são responsáveis por 15% de todas as emissões globais de CO2. Nos EUA, representam 6% de toda a eletricidade produzida. Uma cidade pode ficar até 12°C mais quente que áreas rurais próximas - e o ar condicionado é um dos principais culpados.
O Boom do Resfriamento Artificial
O mercado global de sistemas de climatização, avaliado em US$ 241,52 bilhões em 2024, deve quase dobrar para US$ 445,73 bilhões até 2033. O crescimento é mais explosivo nos países emergentes: a Índia, com apenas 5% de penetração de ACs, pode aumentar sua demanda em 15 vezes até 2050.
"Cada novo ar condicionado instalado perpetua um ciclo vicioso", explica a ministra francesa de transição ecológica, Agnès Pannier-Runacher, classificando essa dependência como uma estratégia "maladaptativa" - que piora o problema que tenta resolver.
O Conhecimento Perdido
Mas nem sempre foi assim. Por milênios, civilizações desenvolveram arquiteturas naturalmente frescas, sem um kilowatt de energia elétrica.
No Oriente Médio e Norte da África, torres de vento (bâgdirs) capturavam brisas e as canalizavam para dentro das casas. Pátios internos criavam microclimas frescos, enquanto paredes espessas de adobe absorviam calor durante o dia e o liberavam à noite.
No Sudeste Asiático, construções elevadas permitiam que brisas passassem por baixo, enquanto telhados inclinados com beirais largos protegiam da chuva e do sol intenso. Materiais como bambu permitiam ventilação constante.
Na Índia, os famosos jalis (telas de pedra ornamentadas) bloqueavam o sol direto mas permitiam luz difusa e ventilação, criando interiores iluminados e frescos.
A Ciência por Trás do Conforto Natural

Pesquisadores do Lawrence Berkeley National Lab descobriram que um telhado branco que reflete 80% da luz solar pode ficar até 28°C mais frio que um telhado escuro. Isso pode reduzir custos de refrigeração em até 15%.
As estratégias funcionam em camadas:
Orientação solar - Fachadas longas voltadas para norte-sul minimizam exposição ao sol matinal e vespertino
Sombreamento externo - Bloquear radiação solar antes que atinja as janelas
Isolamento térmico - Barreiras que impedem transferência de calor
Massa térmica - Materiais como concreto e pedra que absorvem calor de dia e liberam à noite
Ventilação natural - Aproveitar ventos e efeito chaminé para circulação de ar
O Futuro: Tecnologia que Resfria Sem Energia

Uma das inovações mais promissoras é o "
Passive Daytime Radiative Cooling" (PDRC). Materiais especiais conseguem simultaneamente refletir mais de 95% da luz solar e irradiar calor numa frequência infravermelha que passa direto pela atmosfera terrestre.
O resultado? Superfícies que se resfriam sozinhas, ficando vários graus abaixo da temperatura ambiente, mesmo sob sol direto - sem gastar energia nenhuma. É como usar o frio do espaço sideral como ar condicionado natural.
Cidades que Dão o Exemplo
Curitiba, no Brasil, é um case mundial. Com 60m² de área verde por habitante (a OMS recomenda 12m²), a cidade conseguiu reduzir significativamente o efeito ilha de calor. Seus parques não são apenas estéticos - são infraestrutura funcional que gerencia temperatura, absorve chuva e melhora a qualidade do ar.
O Que Você Pode Fazer Hoje
Em casa:
Troque lâmpadas incandescentes por LEDs (produzem 80% menos calor)
Use cores claras em paredes e tetos
Instale plantas que fazem evapotranspiração
Posicione móveis para não bloquear ventilação natural
Considere pisos de materiais térmicos como pedra ou cerâmica
Na comunidade:
Apoie projetos de arborização urbana
Defenda códigos de obra que exijam eficiência térmica
Escolha apartamentos com boa orientação solar
A Revolução Silenciosa

Anna Heringer: DESI Vocational School, Rudrapur
A transição para o resfriamento sustentável não é sobre sacrifício - é sobre inteligência. Arquitetos como Hassan Fathy, no Egito, e contemporâneos como Anna Heringer, na Alemanha, provam que é possível criar espaços frescos, confortáveis e ambientalmente responsáveis.
"A solução não está em lutar contra o clima, mas em trabalhar com ele", resume o relatório "Beyond the Big Chill", documento que analisa estratégias globais para resfriamento sustentável.
O futuro do conforto térmico será escrito por quem conseguir integrar a sabedoria milenar com a inovação tecnológica. A pergunta não é se podemos viver sem ar condicionado, mas se podemos nos dar ao luxo de continuar dependendo dele.
Ótima semana,
Filipe Boni
UGREEN
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