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Finanças sustentáveis no Reino Unido. A mercantilização das cidades pelo Airbnb

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Notícia

Finanças Sustentáveis no Reino Unido: o Pivô de £1 trilhão que pode redefinir o jogo global

Créditos: Earth Trekkers

Após o Brexit, o Reino Unido não só se reposicionou politicamente, mas também reinventou sua estratégia econômica com um foco claro: tornar-se o hub global de finanças sustentáveis. Abandonando a taxonomia verde à moda da União Europeia, o país aposta agora em uma abordagem mais flexível, baseada em divulgações e pragmatismo de mercado.

A ambição é audaciosa: capturar uma oportunidade estimada em £1 trilhão até 2030 no financiamento da transição para uma economia de baixo carbono.

Do risco à oportunidade: a virada de narrativa do Reino Unido

Em 2015, Mark Carney já alertava para a “tragédia do horizonte”, enfatizando o risco climático. Agora, dez anos depois, o presidente da Autoridade de Conduta Financeira, Ashley Alder, muda o tom: o clima é, acima de tudo, uma grande oportunidade de crescimento.

A lógica: o Reino Unido, como um dos maiores centros financeiros do mundo, está estrategicamente posicionando-se para liderar a inovação regulatória e financeira da nova economia verde.

O novo ecossistema regulado: o que está em jogo

O governo britânico criou um modelo regulatório próprio, ancorado em três pilares:

  • SDR (Sustainability Disclosure Requirements): Regime de rotulagem e regras contra greenwashing.

  • TPT (Transition Plan Taskforce): Estrutura para planos de transição corporativos de “padrão-ouro”.

  • VCMs (Mercados Voluntários de Carbono): Desenvolvimento de um novo centro global para créditos de carbono de alta integridade.

Esse ecossistema é reforçado pela criação do Conselho de Financiamento de Transição (TFC), que coordena a estratégia entre o governo, o mercado e os reguladores.

Rejeitando a taxonomia verde: pragmatismo ou risco?

O momento mais simbólico dessa nova abordagem veio em julho de 2025: o Reino Unido oficialmente abandonou sua própria taxonomia verde, após ouvir o mercado. A justificativa? Alta complexidade, impacto limitado nas decisões de investimento e risco de fragmentação regulatória em relação à UE.

A nova pergunta do regulador britânico não é mais “isto é verde?” mas sim: “existe um plano viável para se tornar verde?”

Financiamento de transição: o novo território bilionário

O coração da nova estratégia está no financiamento de transição, ou seja, o apoio financeiro a empresas de setores de alta emissão (como aço e energia) que possuem planos confiáveis rumo ao net-zero.

O relatório TFMR (Transition Finance Market Review) estima que esse segmento represente uma oportunidade de £1 trilhão para empresas britânicas até o fim da década.

SDR na prática: a aposta que enfrenta resistência

Lançado em 2024, o regime SDR busca combater o greenwashing com rótulos transparentes para investidores. Mas os dados preocupam:

  • Apenas 130 fundos foram rotulados até julho de 2025, abaixo do esperado.

  • Os fundos com rótulo ‘Sustainability improvers’: peça-chave da estratégia de transição que representa menos de 6% dos ativos rotulados.

  • Saídas líquidas de capital dos fundos SDR já somam £3,51 bilhões no ano.

A rigidez dos critérios pode estar afastando os gestores, mesmo quando reconhecem a integridade do sistema.

A “fadiga regulatória” e o risco da divergência com a UE

Com regras incompatíveis entre o SDR britânico e o SFDR europeu, gestores globais enfrentam dois conjuntos regulatórios paralelos, o que aumenta os custos e a complexidade operacional. A grande dúvida: o benefício da flexibilidade britânica supera os custos da dupla conformidade?

Se não, Londres pode perder terreno para Dublin, Frankfurt e Paris.

O mercado de capitais sustentável em alta

Apesar dos desafios no varejo, os dados institucionais são animadores:

  • £195 bilhões em capitalização de mercado no Green Economy Mark da London Stock Exchange.

  • $370 bilhões em títulos sustentáveis circulando no Sustainable Bond Market.

  • Crescimento de 10% nas emissões de títulos verdes no primeiro semestre de 2025.

A nova fronteira: carbono e natureza como ativos estratégicos

O Reino Unido quer dominar o futuro dos mercados voluntários de carbono (VCMs). Iniciativas como o ICVCM e a definição de princípios de integridade para créditos de natureza mostram um plano de ação claro para transformar Londres na capital global dos ativos naturais.

Grandes nomes entram no jogo: bancos e gestores apostam na transição.

  • Barclays já mobilizou £500 milhões em receitas de financiamento sustentável em 2024.

  • HSBC mira $1 trilhão em investimentos até 2030.

  • Schroders aposta em projetos de hidrogênio verde.

  • Aviva defende a integração de biodiversidade nos investimentos.

Esses players não estão apenas se adaptando, estão codificando a estratégia no coração de seus modelos de negócio.

Conclusão

Ao abandonar a taxonomia verde e apostar em planos de transição, o Reino Unido traça um caminho próprio no cenário das finanças sustentáveis. A estratégia é clara: atrair capital com flexibilidade regulatória e foco em impacto real. Mas, entre ambição e execução, o tempo será o verdadeiro juiz.

Os próximos dois anos definirão se essa virada de £1 trilhão consolidará Londres como líder global … ou deixará o país isolado em sua própria complexidade regulatória.

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Vídeo

Quando a casa deixa de ser lar: o Airbnb e a mercantilização da cidade

Airbnb em Toronto. Fonte: Wikimedia Commons.

Em muitas cidades, o que antes era um lar, agora está virando mercadoria. Um endereço fixo agora pode ser listado em uma plataforma, convertido em ativo de curto prazo e precificado à moda do dia. E nesse movimento silencioso, as comunidades se fragmentam, os aluguéis sobem e o direito à cidade escapa pelos dedos.

O fenômeno do Airbnb é só a face mais visível de algo maior: uma urbanização orientada pelo lucro, onde o espaço urbano deixou de ser planejado para as pessoas e passou a ser moldado pelo capital.

Essa lógica transforma cada apartamento em potencial investimento. Alugar para morador fixo? Menos lucrativo. Melhor receber turistas e quanto mais rotatividade, melhor!

É aí que bairros inteiros deixam de ser lugares para viver e passam a ser vitrines para consumo, embaladas com estética “instagramável” e experiências “autênticas” … vendidas a cada check-in.

A crise da moradia não é sobre escassez

É também uma disputa de valores.

Não se trata apenas de quantas casas estão disponíveis, mas de como elas são utilizadas e para quem são destinadas. O mesmo imóvel pode ser lar ou ativo especulativo. E quando a balança pende para o segundo lado, os efeitos são profundos: deslocamento de moradores, aumento do custo de vida, esvaziamento de vínculos comunitários e desertificação social.

Isso tudo acontece mais rápido do que imaginamos. O que levava anos, como a gentrificação lenta de um bairro, agora acontece em meses. Com um clique, um imóvel entra no circuito global do turismo, e a cidade entra na lógica da hospitalidade sem comunidade.

Quer se aprofundar no tema?

Se interessou e quer saber mais sobre como o Airbnb está gentrificando os bairros nas cidades?!

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