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Regulação de sustentabilidade corporativa europeia. O novo prefeito de Nova York e o futuro das cidades. Aquecimento global rumo a 2,6 °C até 2100 .

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Notícia

Parlamento Europeu aprova reversão na regulação de sustentabilidade corporativa

Créditos: Emmanuel Dunand/AFP/Brasil de Fato

Recentemente, em 13 de novembro de 2025, o Parlamento Europeu aprovou sua posição oficial sobre o pacote legislativo Omnibus I, que altera significativamente o marco regulatório da sustentabilidade corporativa da União Europeia. A votação, com 382 votos a favor e 249 contrários, enfraquece dispositivos-chave da Diretiva de Devida Diligência de Sustentabilidade Corporativa (CSDDD) e da Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD).

Principais mudanças aprovadas

  1. Redução do Escopo de Aplicação

A proposta substitui o modelo de implementação faseada da CSDDD, previsto na legislação de 2024, por um critério único de aplicação. A diretiva passa a se aplicar apenas a empresas com:

  • Mais de 5.000 funcionários

  • Faturamento global superior a €1,5 bilhões

Com isso, o número de empresas abrangidas pela CSDDD na UE foi reduzido de dezenas de milhares para cerca de 1.600.

  1. Remoção dos Planos de Transição Climática

A obrigação legal de que as empresas elaborem e implementem planos de transição climática alinhados ao Acordo de Paris foi eliminada do texto aprovado.

  1. Eliminação da Responsabilidade Civil Harmonizada

O Parlamento removeu o regime de responsabilidade civil a nível europeu, que permitiria a responsabilização jurídica de empresas por falhas na devida diligência. Com isso, a aplicação dependerá da legislação nacional de cada Estado-membro.

  1. Alterações na Cadeia de Abastecimento

O novo texto redefine o escopo da devida diligência, concentrando-se apenas em parceiros comerciais diretos (Tier 1). A coleta de informações de pequenas e médias empresas foi reduzida a um “último recurso”. Isso limita a abrangência das obrigações e reduz a visibilidade sobre os níveis mais distantes das cadeias produtivas.

Antecedentes Legislativos

A versão original da CSDDD, aprovada em 2024, estabelecida:

  • Aplicação progressiva conforme o porte da empresa (três fases entre 2027 e 2029)

  • Obrigação de mapear impactos ambientais e sociais ao longo da cadeia de atividades

  • Planos climáticos obrigatórios

  • Responsabilidade civil padronizada em nível europeu

Essas disposições resultaram em negociações entre a Comissão, o Parlamento e o Conselho da UE; todas refletiram um consenso centrista. Porém, a nova proposta rompe com esse modelo.

Configuração política da votação

A aprovação da proposta foi viabilizada pela aliança entre o Partido Popular Europeu (EPP) e grupos de direita e extrema-direita no Parlamento. A antiga coalizão centrista entre EPP, Socialistas & Democratas (S&D) e Renew Europe foi desfeita. Tentativas de manter uma proposta intermediária falharam em outubro, abrindo caminho pra a atual versão do Omnibus I.

Reações das partes interessadas

Organizações sindicais e ambientais criticaram publicamente a decisão.

  • A Confederação Europeia de Sindicatos (ETUC) declarou que se trata de uma desregulação que reduz a responsabilização das empresas.

  • A WWF e a Friends of the Earth Europe afirmaram que a proposta compromete os objetivos climáticos e ignora a transparência nas cadeias de fornecimento.

Entidades empresariais apresentam posicionamentos divergentes. Enquanto grupos industriais pressionaram por flexibilização, cerca de 190 empresas e investidores publicaram manifestos contrários às mudanças, argumentando que a desregulação penaliza empresas que já investiram em sustentabilidade.

Pesquisas de opinião pública realizadas antes da votação apontaram que, cerca de 75% dos cidadãos da UE apoiam medidas que responsabilizem as empresas pelos impactos ambientais e sociais. A posição do Parlamento diverge dessa tendência.

Próximos passos

A votação de 13 de novembro estabelece a posição negocial do Parlamento Europeu. O texto final será definido em negociações com a Comissão Europeia e o Conselho da UE (trílogos), que adota uma posição mais moderada.

O desfecho dessas negociações determinará o futuro da CSDDD e da arquitetura regulatória da sustentabilidade corporativa no bloco.

Vídeo

O que a eleição de Zohran Mamdani revela sobre o futuro das cidades?

Existe um momento em que a cidade deixa de ser apenas um cenário e se torna protagonista. Um momento em que as demandas da população, como moradia, mobilidade e acesso justo aos recursos, ganham força o suficiente para desafiar o modelo urbano tradicional, aquele baseado na exclusão, na especulação e na lógica do lucro acima de tudo.

Esse momento parece ter chegado a Nova York.

A vitória de Zohran Mamdani nas eleições para prefeito marcou mais do que uma simples mudança no comando. Ela escancarou um desejo coletivo por uma cidade acessível, sustentável e verdadeiramente voltada às pessoas, especialmente às que foram escanteadas no contexto histórico da capital novaiorquina.

O que chama a atenção não é apenas o fato de ele ser o primeiro prefeito muçulmano e sul-asiático da cidade. Mas sim, o modo como sua campanha tocou em feridas urbanas universais: o custo de vida insustentável, a financeirização da moradia e a urgência de repensar a sustentabilidade para além da pauta ambiental, abraçando também a justiça social.

Nova York, Viena, Barcelona … cada uma dessas cidades tem algo a ensinar sobre alternativas reais ao modelo urbano excludente.

Quer se aprofundar no tema?

Assista ao nosso vídeo completo sobre esse assunto para entender mais sobre como o mandado de Zohran Mamdani, na cidade que nunca dorme, pode impactar outras cidades do mundo afora!

Notícia

Relatórios climáticos de 2025 confirmam estagnação política e rota de aquecimento global de 2,6°C

Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Em meio à COP30, realizada no mês de novembro em Belém (Brasil), os principais relatórios climáticos internacionais de 2025 apresentam um diagnóstico unificado: o mundo permanece em uma trajetória de aquecimento de aproximadamente 2,6 °C até 2100, valor considerado crítico por cientistas e agências especializadas. A análise consolidada do Emissions Gap Report (PNUMA), do Climate Action Tracker (CAT) e do Global Carbon Budget (GCP) revela que a ambição climática estagnou desde 2021 e que os riscos sistêmicos estão aumentando.

Estagnação das metas e falha do mecanismo de Paris

O Acordo de Paris, adotado em 2015, conseguiu inicialmente reduzir a trajetória de aquecimento de 3,6 °C para 2,6 °C. No entanto, os ciclos de atualização de metas — conhecidos como mecanismo de catraca — falharam. A maior parte dos países não revisou suas metas para 2030 e 2035, e, segundo o CAT, as atualizações apresentadas não alteraram a projeção de aquecimento.

  • Projeção atual do CAT: 2,6 °C com base nas políticas e metas atuais.

  • Relatório do PNUMA: 2,3 °C a 2,5 °C com base em promessas de NDCs totalmente implementadas.

  • Ambos atribuem melhorias metodológicas às variações, não a novas ações climáticas concretas.

O cenário de "net-zero", que combina metas de longo prazo com políticas atuais, piorou para 2,2 °C devido à saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris.

Falha no cumprimento do limite de 1,5 °C

Todos os relatórios indicam que o orçamento de carbono compatível com o limite de 1,5 °C será esgotado ainda em 2025. Com isso, a linguagem oficial passou de "evitar 1,5 °C" para "gerenciar o overshoot" — ou seja, limitar o tempo e o nível de excesso acima da meta.

  • Orçamento restante para limitar o aquecimento a 1,5 °C com 83% de chance: 30 GtCO₂ – esgota-se em 2025.

  • Para 50% de chance: 130 GtCO₂ – esgota-se até 2028.

Fontes de emissões em alta e sumidouros em declínio

O Global Carbon Budget 2025 registrou recorde histórico de emissões de CO₂ fósseis, com aumento estimado de 1,0% a 1,1% em relação a 2024, totalizando cerca de 38,1 GtCO₂.

  • A expansão de energias renováveis não foi suficiente para superar o crescimento da demanda energética global.

  • Os Estados Unidos e a União Europeia apresentaram reversão de tendência de queda nas emissões, atribuída a invernos mais frios e outros fatores estruturais.

  • A degradação dos sumidouros naturais, como florestas e oceanos, compromete a capacidade de absorção de carbono. A Amazônia e regiões do Sudeste Asiático já se tornaram fontes líquidas de emissões.

O desequilíbrio do orçamento de carbono foi de -1,7 GtC, indicando que os modelos atuais não conseguem explicar a velocidade da acumulação de CO₂ na atmosfera.

Risco aumentado de pontos de inflexão irreversíveis

A trajetória de 2,6 °C está associada a uma série de pontos de inflexão do sistema terrestre, cujos efeitos podem ser irreversíveis:

Sistema em Risco

Limiar Médio Estimado

Status com 2,6 °C

Recifes de Coral Tropicais

~1,5 °C

Alta probabilidade de colapso

Manto de Gelo da Groenlândia

~1,5 °C

Desencadeamento provável

Manto de Gelo da Antártida Ocidental

~1,5 °C

Desencadeamento provável

Floresta Amazônica

~3,5 °C (início em 2,0 °C)

Colapso possível até 2050

Circulação Atlântica (AMOC)

~4,0 °C (início em 1,4 °C)

Risco crescente

A ciência indica que esses pontos, uma vez ativados, não são reversíveis mesmo com uma eventual redução da temperatura global.

Falha estratégica e novo paradigma político

A estratégia baseada em compromissos voluntários e ciclos quinquenais demonstrou não ser suficiente para conter a crise. A recomendação central dos relatórios de 2025 é a transição para uma política climática baseada em respostas de emergência, financeiramente robustas e lideradas pelo Estado.

Entre as ações recomendadas estão:

  • Proibição programada de tecnologias intensivas em carbono (ex: veículos a combustão);

  • Políticas de incentivo à demanda (ex: compras públicas de energia limpa);

  • Financiamento massivo da transição energética, com foco em países em desenvolvimento;

  • Reforma da arquitetura financeira internacional.

A meta passa a ser evitar o aprofundamento do overshoot e acelerar a descarbonização com mecanismos econômicos e regulatórios de alto impacto.

Conclusão

A análise consolidada dos relatórios climáticos de 2025 demonstra que o mundo está em uma trajetória consistente de 2,6 °C de aquecimento até 2100, com riscos sistêmicos crescentes e perda de capacidade de reversão em elementos-chave do sistema terrestre. A estagnação das metas climáticas entre 2021 e 2025 comprometeu o objetivo de 1,5 °C, tornando obsoleta a abordagem incremental.

A COP30 ocorre em um contexto de urgência científica e falência do modelo político atual. As decisões tomadas nesse encontro definirão se o sistema internacional será capaz de adotar medidas proporcionais à gravidade dos riscos descritos.

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