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Restauração e Retrofit, GreenFriday UGREEN, Taxonomia Multidimensional Integrada
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Notícia
Restaurar é o novo construir!

Créditos: Brasil de Fato
Quando falamos em construções sustentáveis, a imagem mais comum que vem à cabeça é a de um prédio novo, cheio de tecnologia, painéis solares e sistemas inteligentes de reaproveitamento de água.
Mas … e se a arquitetura mais sustentável não for a que ainda será construída, e sim aquela que já está de pé há 100 anos?
Reutilizar é mais do que reciclar
No setor da construção, costumamos falar de reciclagem de entulho, reaproveitamento de materiais, ou uso de madeira de demolição. Mas existe uma forma ainda mais eficaz de reciclar:
—> Reutilizar um edifício inteiro.
Quando você evita a demolição e reabilita uma estrutura antiga, economiza energia, evita a geração de resíduos e reduz drasticamente o carbono incorporado, aquele que está embutido nos materiais e processos construtivos.
E mais: valoriza a memória, ativa o centro das cidades e evita o avanço desordenado para áreas periféricas.
O carbono invisível que pesa toneladas
Você já ouviu falar em “carbono incorporado”? Ele representa tudo aquilo que foi emitido para extrair, produzir e transportar os materiais usados na obra.
A construção nova, mesmo quando “verde”, carrega um peso enorme de carbono logo de saída. E o que dizem os dados?
Estudos mostram que pode levar de 10 a 80 anos para que um edifício novo compense o carbono emitido na sua construção, mesmo com alta eficiência energética.
Ou seja: ao restaurar um edifício antigo, você evita uma explosão inicial de emissões, e ainda prolonga a vida útil de um ativo que já tem valor cultural, histórico e estrutural.
Sustentabilidade e patrimônio: conflito ou parceria?
Muita gente acredita que restaurar um prédio antigo é incompatível com padrões modernos de desempenho, conforto e segurança. Mas isso não é verdade.
Sim, existem limites, principalmente quando falamos de retrofit energético. Mas a chave está na abordagem. Restaurar não é impedir a modernização; é fazer com sensibilidade, respeito e inteligência técnica
Um edifício que não atende às necessidades atuais está condenado ao abandono — e aí, nem restauração e nem sustentabilidade resistem.
Quer entender mais sobre como a restauração pode ser uma das maiores estratégias climáticas da construção civil no Brasil?
Assista o vídeo que postamos no Youtube e se aprofunde mais neste tema!
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Opinião
Taxonomia Multidimensional Integrada: um novo caminho para equilibrar clima, justiça social nas decisões de investimento

Créditos: Ciência UFPR
Por muito tempo, o clima dominou o debate o debate sobre sustentabilidade. A emergência climática, os relatórios do IPCC e os compromissos com o carbono zero ocuparam o centro do palco … e com razão!
Mas e a natureza? E as pessoas?
A verdade é que priorizar apenas a redução de emissões pode gerar efeitos colaterais graves: desmatamento para plantação de biocombustíveis, transições energéticas que excluem comunidades, soluções “verdes” que não respeitam a biodiversidade local.
É aqui que entra a proposta da Taxonomia Multidimensional Integrada (TMI): uma nova arquitetura para classificar o que é (ou não é) verdadeiramente sustentável. Colocando clima, natureza e equidade social no mesmo nível de importância.
O que é essa nova taxonomia?
A TMI propõe algo simples na ideia, mas profundo na execução:
Toda atividade considerada sustentável deve atender a três condições simultâneas:
Contribuir substancialmente com pelo menos um dos pilares (Clima, Natureza ou Social);
Não causar dano significativo aos outros dois (o famoso DNSH “Do No Significant Harm”, agora também com um DSNS — “Dano Social Não Significativo”
Cumprir critérios técnicos claros e verificáveis.
Em outras palavras: uma obra que reduz emissões, mas gera injustiça social ou degrada um ecossistema, não passa no teste de sustentabilidade total.
Clima, natureza e equidade no mesmo patamar
A atual estrutura da União Europeia (EU) reconhece seis objetivos ambientais e exige que qualquer atividade que contribua para uma deles, não prejudique os demais. Mas o pilar social ainda é tratado como uma “salvaguarda mínima” — uma exigência básica, não um critério ativo de contribuição.
A proposta da TMI é diferente. Ela defende que o pilar social tenha peso normativo equivalente, com critérios claros e mensuráveis. Isso inclui, por exemplo, o estímulo à geração de trabalho decente, à elevação de renda e à redução de desigualdades territoriais, raciais e de gênero. Em vez de funcionar apenas como um “freio”, o social torna-se um motor positivo de transformação.
Esse é um salto de ambição — e o Brasil, com sua Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB), já começou a trilhar esse caminho.
Um exemplo vindo do Sul Global: a TSB
Enquanto muitos países ainda discutem como incluir a equidade em suas taxonomias, o Brasil lançou uma proposta que já nasce com esse DNA integrado. A TSB trata o social como critério de contribuição positiva, e não só como barreira.
Ela estabelece objetivos claros, como a redução de desigualdades regionais e sociais, e reconhece que o desenvolvimento sustentável no Brasil passa por considerar o território e as pessoas … não apenas o carbono.
Essa abordagem territorializada e inclusiva demonstra que é possível estruturar uma taxonomia sustentável que dialogue com os desafios reais do Sul Global.
Uma nova forma de classificar projetos sustentáveis
Na prática, a TMI propõe três pilares principais de avaliação — cada um com seus próprios critérios de Contribuição Substancial (CS):
Pilar Clima:
Aqui, o foco está na redução robusta das emissões de gases de efeito estufa, no alinhamento com a meta de 1,5oC, e na adaptação a eventos climáticos extremos. Os critérios são geralmente bem estabelecidos e baseados em métricas quantitativas e limiares técnicos já consolidados internacionalmente.
Pilar Natureza:
Neste pilar, o objetivo é assegurar a proteção e recuperação de ecossistemas, o uso responsável da água e do solo, e a geração de resultados conhecidos como Nature-Positive — ou seja, não basta conservar, é preciso restaurar. Esse tipo de contribuição requer planos de gestão bem estruturados e resultados mensuráveis.
Pilar Social:
O terceiro pilar trata da promoção de trabalho justo, acima do mínimo legal, da redução de desigualdades sociais e territoriais, e do acesso a bens essenciais como moradia e saúde. Aqui, o desafio maior é estabelecer indicadores que capturem o impacto social real e que sejam comparáveis a critérios ambientais.
Cada contribuição precisa ser mensurável, com indicadores quantitativos (salários, área restaurada) e qualitativos (planos de gestão, inclusão de stakeholders locais)
Mas como medir tudo isso?
Essa é a parte mais desafiadora. Metrificar carbono é relativamente simples. Mas e biodiversidade? Justiça Social?
A resposta está em um modelo híbrido de métricas. De um lado, temos os indicadores duros — como a cobertura de segurança social, a renda mínima garantida ou a área de ecossistemas restaurada. De outro, surgem os indicadores contextuais, como a diversidade na liderança de uma organização ou o grau de envolvimento das comunidades afetadas por um projeto.
E, para fechar, entram as abordagens processuais, como o método LEAP da TNFD, que ajuda a mapear impactos e dependências da natureza e criar planos de ação baseados em evidências.
A mensagem aqui é clara: o que não pode ser 100% quantificado, ainda pode e deve ser verificado com rigor
Conclusão: sustentabilidade não se sustenta com um pilar só
A proposta da Taxonomia Multidimensional Integrada deixa uma mensagem clara: não basta reduzir emissões se, ao mesmo tempo, um projeto contribui para a destruição de ecossistemas ou para o aprofundamento de desigualdades sociais.
Cuidar apenas do clima, enquanto se ignora a biodiversidade ou o impacto social de uma iniciativa, já não é aceitável. Da mesma forma, não é coerente falar em desenvolvimento sustentável sem considerar as assimetrias regionais, os direitos trabalhistas e o bem-estar das comunidades afetadas.
Essa nova abordagem exige que pensemos sustentabilidade como um tripé: clima, natureza e equidade social. Cada um desses pilares deve ter o mesmo peso na hora de classificar, financiar e executar qualquer atividade dita sustentável.
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