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Tecnologias emergentes entram em destaque na mitigação climática. As casas brasileiras são realmente duráveis?

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Notícia

Tecnologias emergentes entram no centro do debate sobre mitigação climática

Foto: Papo Sustentável

Um relatório técnico publicado em 2025, com base em análises do Fórum Econômico Mundial e da revista Frontier, aponta que sete das nove fronteiras planetárias já foram transgredidas. Essas fronteiras representam limites biofísicos definidos para garantir a estabilidade do sistema terrestre.

A publicação estima que, se as emissões de gases de efeito estufa (GEE) seguirem a trajetória atual, o aquecimento médio global pode chegar a 3 °C até o fim do século, o dobro do limite estabelecido em acordos internacionais como o Acordo de Paris.

Dez tecnologias com potencial de mitigação física

O relatório analisa dez tecnologias emergentes capazes de alterar fluxos físicos de carbono, nitrogênio e água em sistemas industriais e naturais. A abordagem considera impactos materiais e as principais barreiras econômicas e regulatórias para sua adoção em escala.

Alimentação e solo: dissociando proteína e terra

Uma das frentes de destaque está na fermentação de precisão, técnica que utiliza microrganismos geneticamente modificados para sintetizar proteínas específicas, como caseína e albumina, em biorreatores industriais. Essa substituição da pecuária convencional pode reduzir em até 99% o uso de terra, além de economizar até 91% de água e cortar até 97% das emissões de GEE. O custo de infraestrutura e os processos regulatórios para aprovação de novos alimentos ainda limitam sua aplicação.

Outra inovação é o uso combinado de sensores espectroscópicos, genômica e inteligência artificial para monitorar a saúde do solo. Esses sistemas permitem quantificar com precisão o carbono orgânico estocado e a atividade biológica. Isso abre espaço para incluir o solo em mercados de carbono e esquemas de pagamento por serviços ambientais. A falta de padronização métrica e os custos dos sensores continuam sendo os principais entraves.

Gestão de resíduos: robôs e biogás na recuperação de valor

A automatização da triagem de resíduos alimentares é outra frente já em operação. Em Seul, na Coreia do Sul, a combinação de cobrança por volume com sistemas automatizados de separação permitiu reduzir em 95% os resíduos alimentares dos aterros. O material orgânico recuperado é transformado em biogás ou biofertilizantes, evitando emissões de metano. A expansão depende de políticas públicas e investimentos em infraestrutura urbana.

Indústria pesada: novas rotas químicas

A produção de amônia verde propõe substituir o gás natural por hidrogênio obtido por eletrólise a partir de energia renovável. O processo tradicional consome cerca de 2% da energia global e é altamente poluidor. As alternativas em desenvolvimento ainda apresentam eficiência energética reduzida (cerca de 41%) e custos operacionais elevados, o que limita sua competitividade.

No setor do cimento, a produção de concreto de baixo carbono busca duas rotas principais: a substituição do clínquer por subprodutos industriais (como escória de alto forno e cinzas volantes), e a injeção de CO₂ capturado no concreto fresco, promovendo mineralização e sequestro permanente. A adoção depende de atualizações nos códigos de obras, que ainda se baseiam em composições prescritivas.

Também ganha espaço a captura de metano em instalações agrícolas, de petróleo e aterros. Sensores remotos e locais identificam vazamentos em tempo real. O gás pode ser convertido em energia, metanol ou negro de fumo. O desafio está no monitoramento contínuo e na infraestrutura para reaproveitamento descentralizado.

Energia e recursos hídricos: soluções integradas

No setor energético, sistemas de geotermia modular estão sendo testados com sucesso. Usando poços fechados e fluidos de transferência de calor, eles permitem gerar energia 24 horas por dia, sem depender de zonas vulcânicas ou fraturamento hidráulico. Um piloto nos Estados Unidos já opera com 3,5 MW. O avanço depende da viabilidade econômica de perfurações profundas.

Outra frente é o carregamento bidirecional de veículos elétricos, com tecnologias que permitem que as baterias forneçam energia de volta à rede (V2G) ou a edificações (V2H). Isso transforma a frota elétrica em infraestrutura de armazenamento distribuído. A padronização técnica e a compatibilidade com as redes locais são os principais requisitos para adoção.

A dessalinização regenerativa, por sua vez, propõe o uso exclusivo de energia renovável para produzir água potável e recuperar minerais, como lítio, rubídio e magnésio, a partir da salmoura residual. Essa abordagem reduz o impacto ambiental do descarte e contribui para a cadeia produtiva de baterias. O custo energético e o tratamento dos rejeitos permanecem como desafios técnicos.

Monitoramento ambiental: dados em tempo real e riscos regulatórios

O uso integrado de satélites, drones e sensores terrestres, com processamento por meio de algoritmos de aprendizado de máquina, permite o monitoramento ambiental em tempo real. As aplicações vão desde a quantificação de desmatamento até a verificação de emissões e alteração de habitats. Apesar do potencial, a governança dos dados (incluindo soberania e privacidade) precisa ser definida para garantir segurança jurídica e operacional.

Viabilidade depende de políticas públicas e financiamento

O relatório destaca que, embora muitas dessas soluções já estejam tecnicamente validadas, a maioria encontra-se no chamado “vale da morte” do desenvolvimento: fase em que o produto funciona, mas ainda não tem escala de mercado nem investimento suficiente.

Entre os mecanismos apontados para superar essa barreira estão o uso de capital misto, por meio de recursos públicos, reduzindo o risco para atrair investimentos privados, além da implementação de compras públicas sustentáveis, especialmente em setores como construção, saneamento e energia.

A aprovação regulatória de novos materiais de construção e alimentos sintéticos também é considerada um ponto crítico. Sem regras claras e eficientes, o tempo de entrada no mercado permanece incompatível com a urgência climática.

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Vídeo

As casas brasileiras foram realmente feitas para durar?

Talvez você já tenha percebido, como no Brasil, muitas das nossas construções parecem envelhecer rápido demais? Em pouco tempo, aparecem infiltrações, rachaduras, bolor e aquela ideia de “lar” se transforma em for de cabeça.

Mas será que isso é só uma coincidência? Uma falha de projeto aqui, um problema de execução ali?

Na prática, não. Esses sinais têm uma origem mais profunda e muitas vezes invisível. Um modelo de construção baseado não na qualidade, mas na lógica do volume, da velocidade e do menor custo possível.

No fundo, o que temos é uma cultura da edificação descartável, onde o valor do imóvel está mais no terreno do que na construção em si. Casas são vistas como produtos com data de validade, feitas para serem substituídas (ou demolidas) e não adaptadas ao longo do tempo.

Mas e se fosse diferente? E se projetássemos pensando em reversibilidade, adaptabilidade e durabilidade? E se colocássemos a sustentabilidade no centro, e não na margem?

Quer se aprofundar no tema?

Se você se interessou por este tema, ou se você trabalha com construção e quer entender por que o Brasil constrói para descartar, confira nosso vídeo completo sobre esse assunto e conheça mais sobre as consequências da baixa qualidade construtiva das casas brasileiras!

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